terça-feira, 19 de março de 2013

Professor e aluno - lição espiritual de Gandhi



Esse texto do Gandhi é muito importante para mim. Como educador, percebi a importância da coerência ética de minha própria vida. Percebo que minha oratória fica vazia quando o que eu falo não é acompanhado de atitudes. Mesmo que ninguém saiba... eu sei. Então percebi que para ensinar era preciso um compromisso maior com a vida.
Outro momento importante que vivi foi quando, ainda na minha primeira turma, nas primeiras aulas, li o evangelho de Mateus e ali encontrei: "qualquer, pois que violar um destes mandamentos, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no Reino dos Céus; aquele porém que os cumprir e ensinar será grande no Reino dos Céus" (Mt 5, 19). Lendo isso tive um insight poderoso acompanhado de um estremecimento interno: ensinar é coisa seríssima. Não me afastei, até hoje, dessa impressão profunda que a fala de Jesus me proporcionou. E no contato com os meus alunos, sempre trago essa verdade comigo.

Aí vai o texto do Gandhi:

"É possível que um instrutor, a quilômetros de distância, influencie por seu modo de vida o espírito dos alunos. Para mim, seria inútil ensinar os meninos a dizer a verdade se eu fosse um mentiroso. Um professor covarde jamais conseguirá tornar valentes os seus discípulos, e um desconhecedor do autocontrole não passará para seus alunos o valor da autodisciplina. Vi, portanto, que precisaria ser um eterno objeto-lição para os meninos e meninas que viviam comigo. Dessa forma eles se tornaram meus professores, e assim aprendi que preciso ser bom e viver com retidão - se não por mim, pelo menos por eles. Posso dizer que a disciplina e o autocontrole, cada vez maiores, que me impus na Fazenda Tolstoi eram devidos principalmente a esses meus guardiães."
Mohandas K. Gandhi, Autobiografia, p. 294

Paz!
André

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